O trabalho de Beck conquistou a crítica que considerava "Loser" um hino da 'slacker generation' (ou geração da preguiça ou relaxada, uma variação do termo "generation x", muito usado nos anos 90, que denominava uma geração marcada pela apatia).
Numa época em que nunca se discutiu tanto as questões de comercialismo e autenticidade, era fácil tachar Beck de cínico (ou no mínimo sarcástico) por uma canção como "Loser", já que o cara conquistou o sucesso e fez um grande contrato com uma gravadora importante. Mas o que pouca gente sabia é que na época em que compôs Loser, Beck vivia em um galpão infestado de ratos, e trabalhava numa locadora de vídeo onde, entre outras coisas, separava as fitas da seção de filmes pornográficosem ordem alfabética por um salário risível. Sobre a questão slacker, o próprio Beck desmentiu em entrevista, "Eu nunca fui slacker. Eu estive trabalhando em empregos de 4 dólares por hora tentando permanecer vivo. Essa coisa de slacker é para pessoas que tem tempo de ficar deprimidas com qualquer coisa."
Ao contrário de se deter apenas no hit, o álbum Mellow Gold estava ali para ser ouvido. E para quem encarou Mellow Gold, se deparou com uma mistura absurda de gêneros e sonoridades. Beck conseguiu orquestrar um trabalho coeso, consistente e espontâneo, onde numa mesma canção podem ser encontrados elementos de rock, de hip-hop, psicodelia,folk e country misturados a uma sonoridade ao mesmo tempo bem trabalhada e rica em detalhes, porém tosca e suja, tudo a ver com o rock alternativo de então. No início dos anos 90onde termos como multimédia e superestrada da informação começavam a se tornar comuns, um álbum como Mellow Gold era o resumo dos novos tempos.
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